A casa que engana

Sílvia Cardoso – homify Sílvia Cardoso – homify
0131 Antivilla, Brandlhuber+ Emde, Schneider Brandlhuber+ Emde, Schneider Salon minimaliste
Loading admin actions …

Uma das qualidades dos arquitectos é a possibilidade de ver potencial escondido em edifícios abandonados, ao mesmo tempo que a consciência universal não vê mais do que uma demolição iminente. É precisamente esta a situação de um edifício em Berlim. 

O projecto, baptizado como “Die Antivilla”, em português, a “A Anti-casa”, foi concebido pelas mentes criativas do gabinete Brandlhuber + Emde, Schneider. Trata-se da reconstrução de uma antiga fábrica têxtil, localizada em Krampnitzsee, no Sudoeste de Berlim. Os arquitectos não procuraram uma mera transformação física do exterior. Pelo contrário, a casa questiona as normas tradicionais no que toca à construção, propondo um novo entendimento da arquitectura e do ambiente. Em parceria com os engenheiros da empresa Pichler, o escritório desenvolveu um conceito baseado em algumas medidas que permitem um novo uso do espaço como estúdio e edifício residencial.

Prepare-se para conhecer uma casa muito pouco convencional.

​1. Sólido

Muito pouco convencional, esta casa parece-se mais com um edifício inacabado do que com um edifício prestes a ser habitado. Este bloco cúbico em betão tem, portanto, um carácter cru que é resultado de uma organização especificamente prevista. A abertura de portas e de janelas foram especialmente pensadas para obter este resultado. Por isso, não se precipite a julgar este projecto. Na verdade, aquilo que vê é consistente com a visão artística dos arquitectos e dos proprietários da casa que são artistas e que usam o piso térreo como habitação e o primeiro andar como estúdio. O edifício reflecte um determinado estilo e filosofia de vida, referindo-se à noção de desenvolvimento sustentável e de ecologia.

​2. Renovação

A fachada exterior do edifício é coberta por um gesso áspero e rugoso que dá um carácter ao edifício que nos remete para o estilo Bauhaus. A construção do edifício repousa sobre betão que é usado de forma expressiva.

​3. Interior

No interior da casa, foram removidas as paredes, tendo-se criado um espaço aberto na sua forma mais pura. Os grandes buracos da parede exterior – que surgem resguardados por vidros no interior - deixam entrar um generoso fluxo de luz natural no interior do espaço e a paisagem a descoberto.

Nesta área aberta dominada por betão - presente no piso, paredes e tectos – encontramos peças de design, também em tons neutros. Os móveis são simples e funcionais e a sua estética harmoniza-se com a da casa.

​4. Cozinha e sala de jantar

É difícil acreditar que, mesmo num interior dominado pelo betão, se possa encontrar delicadeza e subtileza. A cozinha e a sala de jantar foram separadas com uma imensa cortina branca que, naturalmente, pode ser completamente aberta se os proprietários assim o desejarem. O recanto reservado à cozinha, que se esconde por detrás da cortina, encontra-se mesmo por baixo da escada e é inteiramente composto por betão. Por sua vez, a sala de jantar foi decorada com branco e elegantes candeeiros suspensos com ornamentos dourados.

​5. Repouso

A zona destinada ao quarto foi, de cada lado, protegida por cortinas brancas, tal como víamos na cozinha. Os têxteis brancos trazem frescura, subtileza e ligeireza a esta casa onde o betão predomina. A cor introduz, igualmente, uma atmosfera em função da luminosidade e da luz. Porém, a premissa mantém-se e a simplicidade dos elementos decorativos é evidente. Um espaço artístico!

​6. Lareira

O carácter ascético é permanente na casa. Embutida numa estrutura de betão, encontramos a lareira que se harmoniza com o estilo purista do projecto.

Besoin d’aide pour votre projet de maison ?
Contactez-nous !

Highlights de notre magazine